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Há espaço para líderes hostis nos dias de hoje? 

No mundo corporativo, infelizmente, ainda é muito comum encontrarmos líderes que criam ambientes hostis e inseguros para suas equipes. Percebe-se que as empresas toleram este estilo de liderança devido aos resultados que este líder entrega. Mas quais seriam as consequências de médio/longo prazo deste tipo de atuação? 

Sabemos que frequentemente as pessoas pedem demissão, não devido a políticas da empresa, mas sim pela atuação de seus líderes. Como lidar com um líder que te expõe perante a todos? Como lidar com um líder que não sabe reconhecer o que você faz de positivo, e somente aponta defeitos em você e nas suas entregas, sem de fato oferecer o suporte que você precisa? Acredito que vários de vocês já passaram por isso, eu certamente sim. 

Fica em nós a sensação de inadequação, começamos a duvidar de nós mesmos, vêm a insegurança e a desmotivação. Ainda há que se ter cuidado para não desenvolver doenças psicossomáticas e muitas vezes é necessário buscar ajuda médica. 

Líderes assim ainda são encontrados nos dias de hoje e muitas empresas fazem vista grossa a este tipo de comportamento, isso quando este comportamento já não vem do topo da organização! E aí, o que fazer? 

O primeiro passo seria a empresa de fato reconhecer que tem uma cultura permissiva e entender quais as consequências sentidas internamente: rotatividade, perda de talentos, pessoas pedindo transferência de uma área específica, afastamentos. Até mesmo fatores mais abstratos, estamos vendo brilho nos olhos dos colaboradores? Eles se mostram animados e com energia? 

Outra abordagem seria retomar o conceito apresentado por James Hunter em seu livro O Monge e o Executivo, a liderança servidora. No mundo corporativo, a palavra “liderança” muitas vezes é associada a poder, autoridade e tomada de decisões. No entanto, James Hunter apresenta uma abordagem completamente diferente. 

Para Hunter, liderar não é sobre exercer poder, mas sim sobre servir. O verdadeiro líder é aquele que coloca as necessidades da equipe acima das suas próprias, promovendo um ambiente onde todos possam crescer e dar o seu melhor. A liderança servidora é baseada em princípios como empatia, respeito, responsabilidade e amor (sim, amor no sentido de dedicação ao próximo!).  

Um dos principais insights do livro é a diferença entre autoridade e poder. O poder é imposto, enquanto a autoridade é conquistada por meio do respeito e da influência positiva. Grandes líderes não são aqueles que dão ordens, mas sim aqueles que inspiram e conquistam a confiança dos seus liderados. Infelizmente líderes hostis ainda utilizam o poder pois tem dificuldade de construir autoridade. 

A Liderança Servidora é um modelo que desafia o tradicionalismo e promove um ambiente de trabalho mais colaborativo, motivador e produtivo. Ao adotá-la, os líderes não apenas conquistam resultados, mas também deixam um impacto positivo na vida das pessoas ao seu redor. 

Para transformar o ambiente corporativo e eliminar a toxicidade gerada por líderes hostis, é fundamental que as empresas reconheçam os impactos negativos desse modelo e busquem mudanças estruturais. A adoção da liderança servidora, como proposta por James Hunter, representa um caminho mais sustentável e humano, no qual os líderes constroem autoridade por meio do respeito, da empatia e da inspiração. Dessa forma, as organizações não apenas reduzem a rotatividade e aumentam o engajamento dos colaboradores, mas também criam um ambiente onde todos podem crescer e se desenvolver de maneira saudável. O desafio está lançado: mais do que alcançar resultados, é preciso transformar a maneira como lideramos. 

Me conta aí: já teve algum líder hostil em sua trajetória? Como você conseguiu “sobreviver”? Compartilhe sua experiência nos comentários! 

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